Quem
for acompanhar as decisões da Taça das Favelas de Campinas neste sábado (14),
no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, pode se preparar: em algum momento
vai confundir os atletas em campo ou achar que está com problema de visão. É
que, entre os finalistas no masculino e no feminino, três das quatro equipes
contam com gêmeos idênticos.
E
tem mais. Os atletas têm traços de 'univitelinos espelhados'. A ciência
explica: gêmeos fecundados frente a frente possuem características inversas.
Nestes casos, irmãos destros e canhotos são relativamente comuns. É por isso
que as duplas jogam em lados opostos no campo.
A
situação, claro, gera cenas engraçadas. A mais inusitada desta Taça aconteceu
com os garotos, que atuam pelo Campo Belo. No segundo jogo do time no torneio,
Gilberto recebeu o vermelho. O empate levaria a partida para os pênaltis (o que
se concretizaria minutos mais tarde). O técnico, para recompor o ataque, chama
Uelton no banco de reservas. Estava formada a confusão. O mesário da partida
logo esbraveja: "Tá maluco, acabou de sair e vai entrar de novo?".
Três
dos quatro finalistas possuem gêmeos no time.
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Ele teve que ir ver o meu irmão e comprovar que a gente era gêmeo mesmo. Só aí
ele me deixou entrar – diverte-se Uelton, que é canhoto e joga na ponta
direita. O irmão é exatamente o oposto: destro e atua na esquerda.
Quem
joga bola, já imagina o 'salseiro' que eles aprontam com a zaga adversária
quando estão juntos em campo e resolvem trocar de posição: de uma hora para
outra, quem cortava para dentro passa a driblar em direção à linha de fundo.
Gilberto e Uelton - ou
Uelton e Gilberto?
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Coincidência
ou não, o time só marcou neste campeonato quando os dois atuaram juntos. Na estréia,
Gilberto garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Parque Santa Bárbara. Nas
oitavas, foi expulso antes de seu irmão entrar. Na partida seguinte, cumpriu
suspensão.
As
duas partidas terminaram sem gols e o time se classificou nos pênaltis. Na
semifinal, ele saiu do banco de reservas e até comemorou com a torcida o gol
que eliminou o Vila Rica/Morro, após cruzamento de Uelton, mas quem balançou a
rede foi Guilherme.
O
adversário da final deste sábado é a Vila Brandina, que não têm gêmeos, mas
conta com os irmãos Carlos e Paulo, camisas 1 e 10 da equipe.
Gêmeos da Taça das Favelas
em frente ao Majestoso, palco das finais de sábado
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Entre
as mulheres, um casal de gêmeas vai levantar o caneco. Patrícia e Priscila são
as 'Torres Gêmeas' da defesa do Santa Lúcia. Marcella e Maryana são as laterais
do São José. Elas nunca se enfrentaram, mas compartilham uma mesma história: já
trocaram de posição no gol, sem que as adversárias percebessem.
Confundir
as oponentes é mesmo uma estratégia das atletas do São José, que atuam com os
números 8 e 18. Com 28 anos, elas já tiveram a experiência de enfrentar outras
gêmeas em uma partida.
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Quem é gêmeo acaba tendo mais facilidade em ver as diferenças mesmo em irmãos
idênticos. Já deu pra notar quem é quem. O problema é que eu não sei como elas
jogam, então não adianta muito - conta Maryana, lateral-esquerda.
Para as defensoras do Santa Lúcia, será a primeira vez contra gêmeas. |
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Em outro time, a gente jogava junto com outras gêmeas. Até o nosso técnico se
confundia toda hora. Contra, será a primeira vez. É uma situação diferente -
diz a camisa 4 Patrícia.
A
final feminina começa às 12h, com transmissão exclusiva no GloboEsporte.com. A
decisão masculina, a partir das 14h, vai passar na EPTV para a região de
Campinas e também no GloboEsporte.com.
Por Bernardo Medeiros —
GloboEsporte.com
Fotos: Bernardo Medeiros
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