Maria Madalena dos Santos, 57 anos, uma lindoiense por adoção, foi destaque nesta semana na mídia regional por levar o Florence às quartas de final da Taça das Favelas. Ela é a única treinadora mulher entre os times masculinos inscritos na competição em Campinas.
Poucos conhecem a luta e a saga da Madalena, uma pessoa apaixonada por futebol e que ingressou na faculdade de Educação Física aos 50 anos de idade. Seu sonho agora é se graduar pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e FIFA (Federação Internacional de Futebol) para tentar se profissionalizar ainda mais.
Apesar de Madalena tomar conta do projeto social no Jardim Florence, em Campinas, pois há sete anos, desenvolve um trabalho com a ajuda dos seus auxiliares Cristóvão Martins Rodrigues e Devanildo Rodrigues de Sousa, o Deda (preparador de goleiros) na formação dos garotos. Ela é natural de Laginha (MG), mas se diz uma filha adotiva de Águas de Lindoia.
“Eu sou de Águas de Lindoia. Eu cresci em Águas de Lindoia. A minha família mora em Águas de Lindoia”. Segundo a treinadora, ainda quando criança veio para Águas de Lindoia, cidade que tem grande afeto.
Madalena veio de uma família humilde, com 15 irmãos, e precisou deixar para mais tarde a sonhada faculdade de Educação Física, mesmo tendo jogado futebol na adolescência, abandonou o que amava para dedicar-se a Enfermagem, profissão que exerce até os dias atuais.
Ela conta trabalhou na Santa Casa Ana Cintra em Amparo, no Hospital Dr. Francisco Tozzi, em Águas de Lindóia e também na área da Saúde em Monte Sião, onde veio a receber incentivo para seguir em paralelo a carreira no esporte, em 2012, pelo ex-volante do XV de Piracicaba, o saudoso Edivan Costa (falecido em 2017).
Edivan percebeu o interesse de Madalena pelo seu seu trabalho esportivo na cidade de Monte Sião, pois treinava uma afilhada da então aspirante a treinadora, e a convidou para fazer o primeiro curso de treinador, em São Paulo.
Após o curso, Madalena que era moradora de Águas de Lindoia, começou a treinar grupos de meninos e meninas das Casas Populares. Em 2014, com o FIES, ela conseguiu fazer a faculdade de Educação Física em Ouro Fino.
“Era difícil, mas comecei a ganhar bolsas. Fui buscando conhecimento e fazendo a faculdade. Em 2015 eu transferi para cá (Campinas) e me formei aos 50 anos – comentou Madalena ao portal G1.
Formada em Edu calção Física, tanto com bacharelado como Licenciatura a treinadora segue trabalhando como enfermeira, mas se dedicando ao futebol e ao estudo de pós-graduação, que já terminou alguns e busca agora outros e a profissionalização pela CBF e FIFA.
Em 2015, com apoio de Marli
e da família, Madalena mudou para Campinas, transferindo sua faculdade para a
UNIP, em busca de novas oportunidades. “Chegando aqui, tinha um campo ocioso
que um senhor toma conta (José Nilton dos Santos, o Corinthiano). Fui conversar
com ele se podia começar um trabalho. Foi o inicio do Projeto EFATA”, conta.
Com a ajuda de seus auxiliares, Cristóvão e Deda, em 2019 começaram a intensificar os treinos na Jardim Florence. “Agora a gente já disputou Liga. Estamos na Liga Campineira com o Sub-16 e Sub-14. Veio a oportunidade de participar da Taça das Favelas”, relata.
Segundo a treinadora, em 2019 veio a oportunidade de a equipe participar da Taça das Favelas, “era nossa a vaga, mas alguém entrou primeiro”, Madalena fala com tristeza, destacando que a oportunidade deste ano de chegar as quartas de finais, tem um valor especial.
Fonte Redação Tribuna das Águas
Foto:
Arquivo pessoal da treinadora Madalena Santos
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