segunda-feira, 24 de agosto de 2020

FUTEBOL NA VÁRZEA É PURO E BELO SEGUNDO DURVAL.

O futebol na várzea é puro e belo. O suor além da razão, o bel-prazer de fazer parte de algo com amor pelo jogo acima de tudo. É a autenticidade, a espontaneidade, a paixão. Várzea é acima de tudo coração. É com essas palavras que o presidente da Liga Campineira de Futebol, Durval, define o verdadeiro futebol não profissional, o futebol amador, o futebol raiz. Tem tensão e competitividade, mas tem também muita descontração e animação por parte das torcidas.

Durval acredita que o futebol na várzea vai além de uma simples definição. A paixão, simples e pura, pela bola rolando, longe dos holofotes e da pressão da alta performance, é o que faz de todos uns possíveis atletas, na várzea todos é Pelé, quer na habilidade ou na simplicidade da humildade de querer fazer parte desta louca paixão.

Durval explica que todos os amantes do esporte bretão podem ser chamados de técnicos de futebol. É impossível haver uma concordância universal por uma escalação, sempre haverá uma discordância, quer na escalação do time do coração como na seleção brasileira. 

A emoção é tão acentuada no futebol na várzea que o papel da torcida é fundamental. Pode ser a família, o vizinho, o papagaio, o cachorro, qualquer um. O que importa é ficar ali coladinho no alambrado e dar o incentivo, às vezes o estímulo ultrapassa a barreira da razão com palavras de baixo calão, isso é pura emoção, acertável, desde que não ultrapasse esse limite se tornando uma agressão. 

"Adriano Aparecido Elias da Silva, simplesmente Nanão"

Outro fato bem legal segundo Durval, o futebol na várzea ao contrario do futebol profissional manteve os apelidos dos jogadores. Hoje é raro ouvimos falar na escalação, por exemplo, Neneca, Cafuringa, Tião Macalé, Tonhão, Chicão, entre outros que foram consagrados e conhecidos popularmente pelos seus apelidos e não pelos seus verdadeiros nomes.

Hoje em dia nos acostumados a nomes completos, às vezes até com dois sobrenomes. Mas não na várzea, aqui os pseudônimos são ricamente criativos, Zóinho, Monguinha, Macarrão, Zulu, Tiziu, Nanão, Tagira, Microfone, Arábia, Palmitinho, nem os arbítrios escapam, Lemão da Baby (in Memoria), Rei Momo, Seu Madruga, Baianinho, Batatinha, Azeitona, Fia, Lole, entre outras alcunhas que fazem dá várzea ser um ambiente bem animado.

O futebol na várzea vai muito além do jogo dentro das quatro linhas. São seres humanos sendo simplesmente seres humanos, esquecendo um pouco da vida "lá fora" e estreitando a amizade com aquelas pessoas a seu redor. Todas elas em condições muito parecidas e que, com o passar do tempo, vão gerando ainda mais histórias pra contar.


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