A
Liga Campineira de Futebol completa 85 anos de lutas e competência nas
organizações dos campeonatos de futebol não profissional em todas as
categorias. Hoje a principal liga de
futebol do interior paulista, uma das mais antigas do Brasil, mostra que é possível
fazer competições em alto nível sem ter o apoio financeiro do puder publico.
28/02/1935 – 28/02/2020
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Em
28 de fevereiro de 1935, na residência do Dr. Francisco Ursaia, presidente e representante
da Associação Athletica Ponte Preta, com a presença do presidente do Guarany
Futebol Clube, João Mezzalira, fundaram a definitiva Liga Campineira de
Futebol, assumindo o controle do futebol local.
O
primeiro campeão da LCF, após sua formação definitiva foi a Associação
Athletica Ponte Preta, sendo o Guarany Futebol Clube o vice-campeão. A Ponte
Preta foi campeã em mais oito oportunidades, a última vez em 1951. O Guarani
(grafia atual) foi campeão nove vezes. Em 1957, foi à última vez que conquistou
o título da liga.
Nas
14 primeiras edições do campeonato o título foi conquistado por Ponte Preta e
Guarani. Estes dois clubes revezaram-se nas conquistas até chegarem aos
campeonatos profissionais do Estado de São Paulo.
O
Esporte Clube Gazeta foi campeão em 9 oportunidades e junto com o Guarani foi a
maior campeã da liga. Mas o pentacampeonato do Gazeta em 1967 foi impedido,
quando a equipe do Flamengo FC do bairro Cambuí foi à campeão.
Outra
equipe que entrou na memória da Liga Campineira de Futebol foi o Esporte Clube
Mogiana, fundada em 07 de julho de 1933, e que a partir de 1936 passou a
disputar regularmente a liga. A equipe realizou clássicos disputadíssimos
contra seus maiores rivais, Guarani e Ponte Preta, mas infelizmente nunca
conquistou um título no campeonato amador. Em 21 de abril de 1939, a Mogiana
inaugurou o ainda incompleto Estádio Doutor Horácio da Costa.
Na
Liga Campineira de Futebol surgiram grandes jogadores que, posteriormente,
vestiram a camisa de grandes clubes de Campinas e do Brasil. Oscar Sales Bueno
Filho, o Dicá, ficou conhecido como um dos maiores jogadores de todos os tempos,
que vestiu a camisa da Ponte Preta, e na juventude disputou a Liga Campineira
pelo time de seu bairro, o Santa Odila Futebol Clube. O pai de Dicá foi técnico
deste time.
Luiz
Fabiano (Seleção Brasileira), Roger (Ponte Preta), Rafinha (Rafael Scapini,
disputou Champions League pelo Gent da Finlândia), Marcos Antonio Malaquias
(Seleção da Bulgária), são nomes mais
recentes que passaram pela Liga Campineira, Técnicos como Zé Duarte e Cilinho também tiveram passagens em clubes filiados a LCF.
Aparecido Mariano da Silva,
Irdival Aparecido Frezattto e Cesar Augusto Ferreira.
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Atualmente,
a Liga Campineira de Futebol tem sua sede na Avenida Prefeito Faria Lima, 345,
Parque Itália. Organiza campeonatos amadores e as diversas categorias de base, provendo
a integração dos times amadores de Campinas.
Cesar
Augusto Ferreira, atual diretor das categorias de base, fala que o principal
objetivo da LCF não é formar jogadores para os clubes profissionais e sim formar
o cidadão. “O futebol e cidadania é um dos trabalhos realizados pela Liga, com
crianças, adolescentes e jovens. A proposta tem como principal objetivo
promover a associação entre a prática esportiva e valores como convivência
social, limites que organizam as relações inter-pessoais, cooperação, união, e
trabalho em equipe, base para a construção da cidadania.” Explica Cesar
Augusto.
Irdival
Aparecido Frezzato, atual presidente da Liga Campineira, comenta que a entidade
segue com suas contas em dia, organizando o principal e único campeonato
oficial de futebol amador de Campinas. “Hoje na cidade tem varias ligas não
oficiais fazendo campeonatos, nada contra elas, porém, aqui fazemos os nossos
com transparência e imparcialidade, buscamos parceiros comerciais para
viabilizar e baratear as competições.” Ressalta Irdival.
A
Liga Campineira segue seu trabalho social levando o futebol para os quatro
cantos de Campinas, não vê situação financeira de nenhum time, e, sim o desejo
deste de participar em conjunto com LCF integrando o futebol em um todo, onde
quem ganha são os amantes do velho esporte bretão.
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